
Entendendo a Anquilose Temporomandibular

Anquilose é a perda da mobilidade articular em decorrência de uma adesão anormal entre as partes ósseas, articulares ou tecidos moles ao redor da articulação acometida, resultado de uma lesão ou doença.
Essa redução da mobilidade pode ser completa ou parcial e pode ser devido à uma inflamação das estruturas musculares ou tendinosas fora da articulação ou dos tecidos da própria articulação, podendo ser dividida em Anquilose fibrosa ou óssea.
Na região da articulação temporomandibular (ATM), a anquilose resulta na perda parcial ou total dos movimentos mandibulares resultante da fusão de ossos da articulação ou da calcificação dos ligamentos periarticulares, limitando ou bloqueando os movimentos mandibulares.
Quando acomete crianças, prejudica o crescimento das partes ósseas, resultando em assimetrias faciais.
Quando acomete crianças, prejudica o crescimento das partes ósseas, resultando em assimetrias faciais.
Tipicamente, a calcificação dos ligamentos periarticulares é indolor, mas a abertura da boca é de 2,5 cm ou menos. A fusão dos ossos da articulação causa dor e limita com mais intensidade os movimentos mandibulares.
Na anquilose fibrosa, a articulação é substituída por tecido fibroso, impedindo a excursão normal do côndilo e geralmente o paciente apresenta abertura limitada de boca.
Na anquilose óssea, a ATM está totalmente fundida no osso temporal e na mandíbula e ocorre o impedimento total dos movimentos.
As causas mais comuns da Anquilose são trauma e artrite reumatoide, eventualmente anormalidades congênitas, infecções e neoplasias.
O tratamento é normalmente cirúrgico.
A presença da fonoaudiologia durante todo o processo de tratamento da anquilose temporomandibular, na forma de equipe multidisciplinar, da mesma forma de que cirurgia ortognática, traz benefícios aos pacientes no pré-operatório e de forma muito significativa no pós-operatório.
O pré-operatório:
A avaliação fonoaudiológica, no pré-operatório, como primeiro passo, traz a possibilidade de detectar alterações miofuncionais orais e trabalhá-las da melhor forma possível antes do procedimento cirúrgico.
O Fonoaudiólogo avalia as principais funções do sistema estomatognático (sucção, respiração, mastigação, deglutição e fala). Após os questionamentos sobre cada item, explica-se porque ocorre a alteração e qual é o padrão normal e é iniciado o trabalho de conscientização do paciente. Acrescenta-se informações e orientações de como será a alimentação, higiene bucal, e demais cuidados pós cirúrgicos para permitir o rápido restabelecimento das funções estomatognáticas e retorno da alimentação mais adequada.
O pós-operatório:
Na fase pós-cirúrgica, o fonoaudiólogo atuará desde o pós operatório imediato, da seguinte forma:
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aplicando técnicas que permitam rápida cicatrização, alívio de edema, parestesia e dor, além de relaxamento muscular e ajustes funcionais. Isso se dá através de técnicas terapêuticas como drenagem linfática, laserterapia, eletroterapia, bandagem terapêutica e exercícios de motricidade oral.
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aplicando movimentos mandibulares, impedindo a formação de tecido cicatricial restritivo, imediatamente após a realização da cirurgia,
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acompanhando a evolução e aplicando técnicas de facilitação da abertura de boca por meio de manobras específicas de alongamentos e alavancas, adaptações posturais e funcionais das estruturas do sistema estomatognático,
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estimulando movimentos da mímica facial e de abertura, lateralidade e protrusão mandibular reabilitando a musculatura mastigatória atrofiada pela falta de uso, promovendo oxigenação, mobilidade, coordenação e aumento de massa e tônus muscular proporcionando o mais rápido retorno a uma alimentação normal, sem dor ou desconforto,
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aplicando exercícios para aumentar a abertura da boca e
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orientando e transferindo ao paciente, exercícios e técnicas que ele mesmo pode aplicar para alívio da dor e seu maior conforto para a rápida reabilitação da respiração, mastigação, deglutição e fala.
A atuação fonoaudiológica através da terapia miofuncional restabelece as funções estomatognáticas, evitando assim recidivas e perda de resultados cirúrgicos entregando conforto e bem estar após a cirurgia e rápido retorno a alimentação e as atividades normais do dia-a-dia.
